I
Haverá no mundo gente
que se preocupe com o ambiente?
Haverá quem o não ofenda?
Haverá quem o defenda?
II
Haverá quem lhe estenda a mão?
Quem lhe dedique uma canção?
Ontem, ouvi dizer que sim,
Que nem tudo é assim tão ruim.
III
A Natureza tem muitos inimigos,
E enfrenta enormes perigos,
Há por aí fumos, lixos e venenos
Que sujam e abalam os terrenos.
IV
No céu azul vejo fumos e poeiras,
Que se misturam no ar de todas as maneiras,
Se à terra descem e apanham alguém
Prejudicam todos e não poupam ninguém.
V
Os pesticidas amarelecem as plantas,
Entram pela boca, irritam as gargantas,
Não matam somente ervas daninhas,
Mas também sapos, aves e abelhinhas.
VI
Paira no ar um pó feio e espesso
E quando o respiro logo estremeço
Pergunto de onde vêm as poeiras
E há quem diga que são das pedreiras.
VI
No mar, navega um barco carregado
De diluentes e óleo contaminado,
Se por um azar encalha e afunda,
Mancha a praia de pasta negra e imunda.
VII
Vejo condutas ao longo das águas
De boca aberta a despejar as suas mágoas,
As suas lágrimas formam sopas malcheirosas
Que flutuam em ribeiras asquerosas.
VIII
Um caçador furtivo aponta a arma ao horizonte
E com um só tiro mata o rinoceronte,
Se o deixarem mata todos os que encontrar,
Até com a espécie toda acabar.
IX
Nos oceanos flutuam plásticos coloridos
Que são verdadeiras armadilhas para os peixes
Se calha a um deles os engolir
Pode asfixiar e se extinguir.
X
E os incêndios são outra ameaça,
Que não poupa nem cor nem raça,
As criaturas tentam fugir dele para lugar seguro,
Mas não veem o caminho no fumo escuro.
XI
Nas rua, buzina a carrinha acelerada,
Na avenida, é grande a fumarada
É medonha a confusão aí instalada,
Para mais, deixa a gente irritada.
XII
Para piorar, os fumos aquecem os ares,
Derretem de masinho os gelos polares
Sobem os níveis das águas salgadas
E ocupam as praias ensolaradas.
XIV
E. vendo tudo isto, o que fazer
No meio de tanto desprazer?
Acordar e fazer algo pelo planeta,
Gritar, estrebuchar, tocar trompeta…
XV
Declarar guerra cruel à poluição,
Soprá-la para longe, picá-la com ferrão,
Não lhe dar tréguas nem descanso,
Até que ela se torne inimigo manso.
XVI
Icemos uma bandeira de protesto
Contra tudo aquilo que detesto.
Não gosto de fumos pestilentos,
Nem de esgotos fedorentos.
XVII
Não gosto de máquinas ruidosas
Nem de fábricas ruinosas,
Quero um ambiente que não tenha nada disto
E que por todos seja bem-visto.
Sem comentários:
Enviar um comentário